Provavelmente quando ler este documento, já terá completado mais de um mês que voltei da escalaminhada ao Pico do Itaguaré.
Triste procurando novas metas, objetivos, desafios, enfim novos planos fui contemplado numa terça-feira com este convite que já havia planejado desde dezembro, mas ainda não dera por vários motivos para ser completado.
Pra uma pessoa que não costuma fazer trilhas difíceis e nunca subiu num lugar bem alto, além de ter acrofobia isto parecia um desafio de valor. Mas o maior desafio estava em acampar e voltar só no outro dia. Um caminho não recomendado para meros turistas, exigindo muito da pessoa em um dia, que diria dois dias, ou seja, um desafio dobrado. Todos sabem que para os que sofrem do medo excessivo de altura, o problema maior não está em subir, mas descer.
Bom ir com uma equipe que acredita em Deus, católicos e evangélicos reunidos. Não como aqueles infantis que discutem qual a religião melhor, ou a melhor forma de orar, mas pessoas amadurecidas que louvam ao Pai pela maravilha chamada natureza, tão linda e forte que está sendo abatida pelos “animais que pensam que pensam”.
A subida ao topo, não foi apenas para vencer mais um desafio, vencer um medo, ou reafirmar a nobreza do pseudônimo lord. Mais além que isso, que o simples ego humano, ela foi uma caminhada de reencontro, de reflexão, de buscar respostas, de questionar a existência do divino. Assim como Moisés subia ao Sinai pra falar com seu Senhor. Eu subia o Gigante para buscar e ouvir a voz do vento. Vento que se traduziam
Do topo coberto por rochas (algumas rachadas) ganhamos a vista do Vale do Paraíba inteiro. Acampados na Pedra Sagrada vemos que se escurece mais devagar no Pico, que a sombra do gigante encobre todo o vale e leva a noite nesta região.
Itaguaré, pode significar Pedra Sagrada, ou Pedra Rachada. A diferença está no coração.
A noite todos ficamos deitados na Pedra Sagrada olhando o Universo. Ali os primeiros louvores saem espontaneamente de minha boca. O contato com o divino é intenso. É um momento de colocar sua vida aos pés do Grande, os seis meses do ano que já se passaram e agora não existe mais ficando apenas memórias. Ali a reflexão e a confissão fluem naturalmente. Na pedra sagrada a alma é purificada e as lágrimas que caíram representaram minha alma sendo lavada. Neste momento onde eu me levanto e sento um pouco mais afastado do grupo, para que ninguém perceba e pergunte do choro. Choro que é movido por amor, saudade, medo e um pouco de alegria sim por ter superado este desafio. Desafio físico que pode ser superado sozinho apenas com um esforço. Onde a vontade e esforço de um homem revertem um estado, um resultado.
Após uma hora de oração eu me recolhi na barraca para um descanso e esperei os mais experientes pegarem lenha para a fogueira (visto que eles conhecem o local e já era à noite). Na fogueira todos se vão um por um, até restar apenas eu e meu companheiro de barraca o Ferrer.
O nascer do sol foi observado por nós exatamente as 6:40. Já havíamos ganhado o pôr, e agora o nascer. Foram 15 segundos de felicidade. Naquele momento a certeza é absoluta que o ostensório foi inspirado na Estrela Sol, a estrela da manhã.
A volta foi dura para mim, por não estar com equipamentos adequados. Mas chegando a base e olhando para o alto, você poderá dizer. Eu já estive lá. Eu vi o sol atrás do Monte. Vi seu brilho e ouvi Sua voz...
Nossa!!!!! Deve ter sido uma experiência incrível.
ResponderExcluirO lugar que vc foi é aí em Sampa mesmo?
Shalom!
beijos
Raiane